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Projectos abrangem hospitais distritais e infra-estruturas de saúde em Nampula e Cabo Delgado, severamente afetadas por desastres naturais
O Governo moçambicano anunciou planos para reconstruir e equipar, até ao final deste ano, mais de uma centena de unidades sanitárias nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, áreas fortemente afetadas pelos ciclones da última época chuvosa.
Durante a sessão parlamentar de perguntas ao Executivo, a primeira-ministra Maria Benvinda Levi informou que, além da reabilitação de 104 infra-estruturas de saúde, está em curso a conclusão da construção dos hospitais distritais de Mocímboa da Praia, Mueda, Meconta e Mopeia.
Segundo Levi, 70 das unidades sanitárias a serem intervencionadas situam-se em Nampula, enquanto as outras 34 estão localizadas em Cabo Delgado. O objetivo central destas obras é reduzir a distância média que os cidadãos precisam de percorrer para aceder a serviços de saúde.
A época chuvosa de Outubro a Abril trouxe consigo três ciclones — Chido, Dikeledi e Jude — que causaram a morte de cerca de 170 pessoas e afetaram aproximadamente 384 mil cidadãos, conforme dados do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
O ciclone Jude, em particular, provocou 43 mortes, sendo 41 só na província de Nampula, e teve impacto em várias outras regiões, incluindo Tete, Manica, Zambézia, Niassa e Cabo Delgado.
Além dos danos humanos, os ciclones deixaram um rastro de destruição em infra-estruturas essenciais: foram afetadas 81 unidades sanitárias, 263 escolas, 15 edifícios públicos, 20 pontes e mais de 100 mil hectares agrícolas. A tempestade também derrubou mais de 1300 postes de eletricidade, comprometendo o fornecimento de energia em diversas localidades.
As vias de acesso também foram duramente atingidas, com quase 3 mil quilómetros de estradas principais danificadas, além de mais de 6 mil quilómetros de vias secundárias e terciárias comprometidas.
Moçambique continua a enfrentar os impactos severos das alterações climáticas, alternando entre eventos extremos como ciclones tropicais e períodos prolongados de seca, o que torna urgente a adaptação da infraestrutura nacional às novas realidades ambientais.