
Iniciativa conjunta da UE, OMS e Unicef quer travar propagação e proteger os mais vulneráveis
A União Europeia (UE) anunciou a disponibilização de 1 milhão de euros para apoiar Angola no combate ao surto de cólera que assola o país desde o início de 2025. A ajuda será canalizada para ações lideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com o objectivo de conter a epidemia e salvar vidas.
Formalizada através de um memorando de entendimento com o Unicef, a iniciativa integra o plano “Travar a Propagação: Acelerar as Intervenções contra a Cólera que Salvam Vidas em Angola”. O projecto prevê intervenções específicas nas áreas da saúde, água, saneamento e higiene, com enfoque nas províncias mais afectadas pela epidemia.
Epidemia avança: mais de 21 mil casos e 641 mortes
De acordo com o Ministério da Saúde de Angola, o país registou até 20 de Maio mais de 21.000 casos de cólera e 641 óbitos, com a doença a afectar 18 das 21 províncias.
O plano de resposta rápida prevê alcançar mais de 500 mil pessoas, com prioridade para crianças, idosos e pessoas com deficiência. Serão implementadas medidas como:
- Instalação de centros de reidratação oral e de tratamento da cólera;
- Formação de profissionais de saúde e voluntários comunitários;
- Campanhas de vacinação e de sensibilização;
- Distribuição de kits de prevenção e saneamento.
Cooperação internacional e alinhamento nacional
Segundo o representante da OMS em Angola, Indrajit Hazarika, a epidemia constitui uma “ameaça grave à saúde pública”, e o sucesso da resposta depende do apoio célere às populações mais expostas. Já o representante do Unicef, Antero de Pina, reforçou que o apoio da UE demonstra um compromisso conjunto com a protecção dos mais frágeis, especialmente as crianças.
Esta nova fase de resposta está alinhada com o Plano Nacional de Prevenção e Controlo da Cólera, reforçando a capacidade estrutural do país na área da segurança sanitária. Entre as acções previstas estão também a mobilização de voluntários e o reforço de medidas de higiene e saneamento básico.
Com esta contribuição, a União Europeia reafirma o seu papel de parceiro estratégico na saúde global, apostando numa abordagem integrada para travar surtos epidémicos em cenários de emergência humanitária.