
Cabo Delgado enfrenta uma profunda crise no sector da Educação, com a perda de 2.323 salas de aulas nos últimos cinco anos, resultado direto do terrorismo e dos ciclones que assolam ciclicamente a província. Muitas dessas infraestruturas continuam por reconstruir, devido à escassez de fundos.
Ciclone Chido agravou o cenário
Grande parte da destruição foi provocada pelo ciclone Chido, que deixou a província parcialmente devastada, colapsando estruturas escolares e agravando ainda mais as fragilidades já existentes na rede de ensino.
Segundo fontes locais, o impacto do ciclone ultrapassou os 50% da capacidade de funcionamento das escolas da província, prejudicando milhares de alunos que ficaram sem acesso a salas de aula seguras e funcionais.
Terrorismo mantém escolas encerradas
Para além dos desastres naturais, o terrorismo continua a ser um dos principais factores de encerramento de escolas em vários distritos. Muitas instituições permanecem fechadas por questões de segurança, impedindo o normal prosseguimento das aulas e provocando atrasos significativos no calendário lectivo.
Governo busca apoio dos parceiros
Face à gravidade da situação, o governo provincial de Cabo Delgado tem intensificado campanhas de mobilização de apoio junto aos seus parceiros de cooperação. Recentemente, realizou uma reunião estratégica com entidades do sector da Educação, onde foi feito mais um apelo urgente por assistência financeira e técnica para a reconstrução da rede escolar destruída.
O executivo local reforçou que, sem um esforço conjunto, será impossível restaurar as condições mínimas para a retoma total das actividades lectivas em várias zonas críticas da província.
Enquanto isso, milhares de crianças continuam fora do sistema de ensino formal, numa província marcada pela vulnerabilidade, deslocações forçadas e insegurança persistente.