
Grupo contesta legitimidade da associação e mantém ocupação da sede nacional do partido
Antigos guerrilheiros da Renamo anunciaram que não irão participar da conferência da Associação dos Combatentes da Luta pela Democracia da Renamo (ACOLDE), alegando que se trata de um órgão inexistente e sem representatividade efectiva no seio dos combatentes.
Segundo o jornal O País, os dissidentes, que se encontram acamados há mais de uma semana na sede nacional do partido, reafirmam que permanecerão no local até que Ossufo Momade se demita da liderança da Renamo e aceite dialogar directamente com o grupo.
“Tem que se demitir, para nós essa é a única solução. Ele já fez seis anos, mesmo quem não fez 24 horas já se demitiu. Então, ele também tem que se demitir”, declarou João Machava, porta-voz dos ex-guerrilheiros, num tom crítico e firme.
Rejeição aberta à conferência e à estrutura da ACOLDE
O grupo reagiu com indiferença e desconfiança ao anúncio da realização da conferência nacional da ACOLDE, promovida sob impulso da direcção de Ossufo Momade. Segundo afirmam, a associação é uma entidade fantasma que nunca funcionou de facto desde a sua criação.
“Não haverá conferência. Não haverá conferência, porque nós é que controlamos os antigos combatentes de todo Moçambique”, insistiu Machava, acrescentando que “esta associação só está no caderno e não tem membros. Desde a sua constituição ainda não se realizou nenhuma conferência”.
Os ex-combatentes acusam a direcção da Renamo de instrumentalizar a ACOLDE apenas em momentos de crise, o que, segundo afirmam, compromete ainda mais a confiança no actual presidente do partido.
Sede ocupada e exigências mantidas
O grupo permanece determinado em sua ocupação da sede nacional da Renamo, reiterando que só abandonará o local mediante o cumprimento das suas exigências políticas e institucionais.
Este episódio agrava a crise interna que a Renamo enfrenta nos últimos meses, com disputas abertas pela liderança e protestos crescentes dentro das suas próprias fileiras.