
Niassa, Moçambique – O Governo moçambicano, através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), reafirma o seu compromisso com a restauração da segurança e funcionamento pleno da Reserva Especial do Niassa, fortemente afectada por recentes ataques armados que resultaram em deslocações forçadas e suspensão da actividade turística e cinegética.
Forças no Terreno e Expectativa de Normalidade
Segundo declarações do director-geral da ANAC, Gustavo Dgedge, citadas pelo jornal Evidências, as Forças de Defesa e Segurança continuam a actuar no terreno para conter as ameaças e garantir o regresso à normalidade. “Estamos a fazer todo o esforço para que a reserva volte a operar em pleno, com benefícios fiscais e lucros para os operadores”, afirmou o dirigente.
A Reserva do Niassa, uma das maiores e mais biodiversas áreas de conservação em África, enfrenta sérios desafios de segurança que levaram à suspensão da época de caça desportiva — actividade vital para a sustentabilidade económica local e conservação ambiental.
Encontros com Operadores para Definir Estratégias
O Governo prevê, nos próximos dias, realizar encontros com operadores turísticos e cinegéticos que actuam na região, com o intuito de definir estratégias conjuntas para reativar as actividades e garantir maior resiliência da reserva diante dos riscos.
“Temos esperança de que as nossas forças no terreno consigam normalizar a situação e, em breve, realizaremos uma visita à reserva para alinhar estratégias com os operadores”, afirmou Dgedge, sublinhando o papel central do sector privado na recuperação da reserva.
Ataques Forçaram Deslocação de Milhares
De acordo com a ACNUR, o recente ataque à Reserva Especial do Niassa provocou mais de dois mil deslocados internos, agravando a crise humanitária na região. Famílias inteiras foram obrigadas a abandonar as suas zonas de residência e meios de subsistência.
A ANAC reconhece o impacto profundo da insegurança sobre as comunidades locais e reafirma a necessidade de reforçar a cooperação interinstitucional para garantir tanto a conservação ambiental como o bem-estar das populações afectadas.
Uma Reserva com Potencial Estratégico
Com cerca de 42 mil quilómetros quadrados, a Reserva Especial do Niassa representa uma das últimas fronteiras selvagens de Moçambique, com elevado potencial para gerar receitas por meio do ecoturismo e da caça desportiva regulada — desde que operada em condições de segurança.
O Governo reafirma o compromisso em transformar o Niassa num modelo de conservação sustentável, combinando segurança, protecção ambiental e desenvolvimento económico.