
Maputo – O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) anunciou a detenção de um cidadão indiciado pelo crime de tráfico de pessoas, após recrutar 16 indivíduos na província de Sofala, com o objectivo de os levar ao Vietname sob pretexto de trabalho.
Detenção no Aeroporto Internacional de Maputo
Segundo revelou João Adriano, porta-voz do SERNIC, o homem foi neutralizado na tarde de terça-feira no Aeroporto Internacional de Maputo, no momento em que se preparava para embarcar com os 16 cidadãos, todos oriundos de Sofala.
As autoridades referem que o detido actuava sob ordens de um empresário de origem chinesa, com quem teria trabalhado anteriormente na província de Sofala. O contacto entre ambos foi reatado em Fevereiro, quando o empresário terá solicitado o recrutamento de 17 pessoas para alegadamente trabalharem numa fábrica de papel no Vietname.
Pagamentos, Vistos e Passaportes
De acordo com as investigações, o suspeito recebeu dinheiro do filho do empresário – localizado na província de Tete – para custear a emissão dos passaportes e vistos dos candidatos à vaga. Contudo, os 16 homens embarcavam com vistos de turismo válidos por 30 dias, sem qualquer documento formal que comprovasse a existência da empresa que os contratara.
Suspeitas de Tráfico de Seres Humanos
O porta-voz do SERNIC indicou que os elementos recolhidos durante a operação apontam para um possível esquema de tráfico de pessoas para fins de exploração laboral, sendo os alvos cidadãos vulneráveis aliciados com promessas de emprego no exterior.
“A polícia suspeita tratar-se de um caso de tráfico de pessoas para fins de exploração. Talvez como mão-de-obra de obra barata”, declarou João Adriano à Lusa.
Vítimas Serão Libertadas
Apesar das suspeitas, o SERNIC esclareceu que os 16 cidadãos recrutados não serão detidos, por não existirem indícios de envolvimento no esquema. As autoridades consideram-nos vítimas potenciais de tráfico humano e aguardam o desfecho de diligências adicionais.
O processo segue sob investigação, com vista a identificar todos os envolvidos na rede e impedir que casos semelhantes se repitam, num contexto de crescente preocupação com o tráfico de seres humanos em Moçambique.