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Tradição antiga ressurge de forma alarmante com venda clandestina de espetadas em zonas urbanas
O consumo de carne de cão, prática enraizada em algumas tradições rurais moçambicanas, tem ganhado novo fôlego em zonas urbanas do país, especialmente às sextas e sábados. Com o aumento das festas e encontros regados a álcool, cresce também a comercialização de espetadas suspeitas, muitas vezes vendidas como se fossem de carne bovina ou caprina.
Moradores relatam que, em mercados informais e ruas de cidades como Maputo e Beira, há casos frequentes de vendedores que aproveitam a confusão noturna para introduzir carne canina nas suas bancas, enganando os consumidores. O fenómeno é ainda mais visível em datas festivas, como o feriado do dia 25 de Junho, quando a procura por alimentos grelhados dispara.
Apesar de não haver legislação clara sobre o consumo da carne de cão, o tema divide opiniões entre defensores da tradição e cidadãos preocupados com questões de saúde pública, higiene e bem-estar animal.
Especialistas alertam para os riscos sanitários associados ao consumo de carne de cão, sobretudo em contextos onde não há controlo veterinário. Já organizações de proteção animal pedem ações mais rigorosas e campanhas de sensibilização para travar essa prática.