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Ex-presidente tentou encerrar processo ligado a escândalo de venda de armas, mas pedido foi rejeitado
O Tribunal Superior da África do Sul negou, nesta terça-feira, o pedido de arquivamento do processo por corrupção movido contra o ex-presidente Jacob Zuma. A solicitação foi feita sob a alegação de que o prolongamento do caso e a morte de testemunhas tornaram impossível um julgamento justo.
Zuma, juntamente com a empresa francesa Thales, enfrenta diversas acusações, incluindo corrupção, extorsão, fraude e branqueamento de capitais. O caso está relacionado a um polémico contrato bilionário de venda de armas assinado em 1999, quando Zuma ainda era vice-presidente.
Apesar das alegações de que os atrasos no julgamento comprometem o direito de defesa, o juiz esclareceu que, segundo o Estado, muitos dos adiamentos foram causados pelo próprio ex-presidente e, em menor escala, pela Thales.
O ex-chefe de Estado contesta a imparcialidade do promotor principal, alegando falta de independência na condução do caso. A defesa sustenta que essas questões minam a legitimidade do processo desde o início.
Zuma enfrenta um total de 18 acusações, com destaque para evasão fiscal e corrupção em parceria com seu ex-assessor financeiro Schabir Shaik, já condenado em 2005 pelos mesmos crimes.
A Justiça determinou que o julgamento será retomado no dia 4 de dezembro deste ano, mantendo em aberto um dos casos judiciais mais emblemáticos da história política recente da África do Sul.