
Imagem: Arquivo/Radar Info Mz
Enquanto outros partidos desaparecem fora do ciclo eleitoral, Venâncio Mondlane continua a levantar questões sérias sobre corrupção e governação em Moçambique
Em meio a um cenário político marcado por discursos vazios e figuras silenciosas, o nome de Venâncio Mondlane – ou simplesmente VM7 – surge como um dos poucos que desafiam o poder instituído com firmeza e constância. O líder do Podemos tornou-se, para muitos, o rosto de uma oposição que não se cala diante das irregularidades.
Enquanto a Renamo se mostra sem rumo e o MDM limita sua relevância ao Parlamento, os restantes partidos extra-parlamentares ressurgem apenas em tempos eleitorais. Já VM7, esse faz política diariamente. Não é à toa que seu nome ecoa como um verdadeiro incômodo dentro das estruturas do partido no poder, a Frelimo.
Recentemente, voltou a público a polêmica envolvendo o Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) e o programa SUSTENTA, que supostamente beneficiou de forma direta a Luxoflex — uma empresa ligada a familiares do antigo Presidente Filipe Nyusi e da atual Presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro.
Apesar da gravidade das alegações, a maioria das figuras políticas opta pelo silêncio. Nem a Procuradoria-Geral da República parece agir com a urgência que a situação exige, mantendo uma postura que muitos acusam de servir mais à proteção do partido no poder do que ao interesse público.
Durante as manifestações que agitaram o país, Mondlane se destacou por sua presença ativa e sua voz firme. Enquanto isso, vários líderes da oposição optaram por reuniões com figuras da Frelimo ou aceitaram cargos parlamentares, revelando — na percepção popular — motivações alimentadas pela conveniência e pela busca de benefícios pessoais.
O contraste entre o silêncio da maioria e a coragem de um só homem em denunciar e confrontar a máquina política instalada revela muito sobre o estado da democracia em Moçambique. VM7 não se esconde. Ele enfrenta, denuncia e insiste — mesmo quando parece estar sozinho.
Em tempo: para alguns leitores desatentos, vale esclarecer. A crítica feita ao Presidente da República não se baseia no destino dado aos presentes recebidos em Gaza, mas no ato de tê-los aceitado. Isso, por si só, viola regras protocolares e éticas claras. E, segundo informações obtidas, o protocolo presidencial tinha total conhecimento da situação, mas nada fez para impedir.