África do Sul evita retaliação e busca acordo com os EUA sobre tarifas
A África do Sul decidiu não retaliar contra as tarifas de 30% ameaçadas pelos Estados Unidos, conforme confirmado pelo ministro do Comércio, Parks Tau, nesta terça-feira. Em vez disso, Pretória opta por amenizar as tensões comerciais facilitando exportações dos EUA e propondo acordos bilaterais.
Impasse comercial e estratégias sul-africanas
O ministro Tau descreveu o atual impasse como resultado de questões complexas, tanto nacionais quanto internacionais, que afetam a relação entre as duas nações. Como estratégia de cooperação, a África do Sul se ofereceu para importar Gás Natural Liquefeito e abrir seu mercado para produtos agrícolas norte-americanos.
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Além disso, empresas sul-africanas prometeram investir US$ 3,3 bilhões nos EUA, focando em setores como mineração e reciclagem de metais. Essa abordagem visa fortalecer relações comerciais e gerar crescimento conjunto.
Setores em risco e relação bilateral
As tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump comprometem setores estratégicos, como o automotivo e o agrícola, antes protegidos pelo acordo AGOA. As ameaças de tarifas coincidem com tensões diplomáticas, agravadas pela ausência prevista de Trump na próxima cúpula do G20 na África do Sul. O presidente norte-americano citou preocupações com a violência no país e repetiu alegacões polêmicas sobre perseguição de brancos.
Apesar das divergências, ambos os governos demonstraram disposição para colaborar em projetos essenciais envolvendo minerais críticos, produtos farmacêuticos e máquinas agrícolas. O ministro Tau afirmou que redefinir a relação comercial é inevitável para avançar construtivamente com Washington.
Futuro das relações comerciais
Com os EUA como segundo maior parceiro comercial da África do Sul, atrás apenas da China, o impacto das tarifas pode comprometer milhares de empregos e gerar instabilidade econômica. A aproximação diplomática se torna, portanto, crucial diante do prazo final das tarifas previsto para agosto.
As próximas semanas serão decisivas para o futuro das relações comerciais entre os dois países, que tentam equilibrar interesses econômicos com um cenário geopolítico cada vez mais sensível.