Enfermeiros entram em greve na Nigéria e ameaçam paralisação total
Enfermeiros de hospitais públicos da Nigéria iniciaram nesta quarta-feira (30) uma greve de alerta de sete dias, após o fracasso das negociações com o governo. A categoria exige melhores salários, condições de trabalho dignas e contratação urgente de novos profissionais para colmatar a escassez de pessoal.
A paralisação é liderada pela Associação Nacional de Enfermeiros e Parteiras da Nigéria (NANNM), que alertou que, se as reivindicações não forem atendidas dentro do prazo, a greve será transformada em uma paralisação total e por tempo indeterminado — algo que não ocorre há mais de duas décadas.
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“Esperamos que antes do sétimo dia tenhamos atenção e uma resposta positiva do governo federal”, declarou Christianah Adeboboye, chefe da secção sindical em Lagos.
Negociações sem consenso
Uma reunião de emergência realizada na terça-feira (29) entre líderes sindicais e representantes do governo federal, liderados pelo Ministro do Trabalho, Muhammad Dingyadi, terminou sem avanços significativos. Segundo o sindicato, a ausência do Ministro da Saúde, Ali Pate, contribuiu para o impasse.
Com o sistema de saúde já fragilizado, os hospitais nigerianos começam a preparar planos de contingência para lidar com os impactos da paralisação. Os pacientes devem enfrentar atrasos e limitações no atendimento durante o período de greve.
Êxodo de profissionais agrava crise
De acordo com dados do Conselho de Enfermagem e Obstetrícia da Nigéria, mais de 42 mil enfermeiros deixaram o país nos últimos três anos, em busca de melhores oportunidades no exterior. A saída em massa tem sobrecarregado ainda mais os que permanecem no sistema público.
A greve destaca o crescente mal-estar no setor da saúde da Nigéria, exigindo uma resposta urgente das autoridades para evitar o colapso dos serviços essenciais.