M23 acusado pela ONU de matar 169 civis no Congo

ONU acusa M23 de matar 169 civis no leste do Congo

Um órgão de direitos humanos das Nações Unidas acusou o movimento rebelde M23 de matar pelo menos 169 civis, a maioria agricultores. O massacre é um dos mais letais desde o ressurgimento do grupo no leste da República Democrática do Congo.

Os assassinatos ocorreram no início de julho, no território de Rutshuru, província de Kivu do Norte. Segundo o Escritório Conjunto de Direitos Humanos da ONU (UNJHRO), a operação do M23 teve início a 9 de julho. De acordo com as apurações, as vítimas — principalmente agricultores hutus congoleses — estavam acampadas nos campos durante a temporada de aração. Eles foram atacados com armas de fogo e facões, longe de qualquer apoio ou proteção imediata.

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Além disso, ativistas locais relataram que combatentes do M23 mataram mais de 100 civis. O grupo os teria atraído de volta à área com promessas de segurança. Portanto, a gravidade dos atos preocupa autoridades e observadores internacionais.

Resposta e negações do M23

O líder do grupo, Bertrand Bisimwa, declarou que o M23 tomou conhecimento do relatório. Ele afirmou que será criada uma comissão interna para investigar. No entanto, classificou o conteúdo como parte de uma possível “campanha de difamação”. Também criticou a ONU por, alegadamente, publicar “informações não verificadas”.

Contexto de paz e conflito mineral

A revelação ocorre no momento em que o governo dos Estados Unidos promove um plano de paz para o Congo e o Ruanda. O objetivo inclui abrir a região para investimentos em recursos minerais.

Este ano, o M23 conquistou mais território do que nunca. A ofensiva forçou milhares de pessoas a abandonar as suas casas. O grupo e o governo congolês comprometeram-se a chegar a um acordo de paz até 18 de agosto.

O Ruanda nega, repetidamente, qualquer apoio ao M23. Contudo, um relatório recente da ONU afirma que o país exerce “comando e controlo” sobre o grupo. O objetivo seria ampliar sua influência no leste do Congo.

Crimes de guerra e urgência diplomática

O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, já acusou o M23, o exército congolês e milícias aliadas de cometerem atrocidades. Os atos podem ser considerados crimes de guerra.

Segundo o governo de Kinshasa, os assassinatos em Rutshuru reforçam o papel desestabilizador do M23. O caso destaca a necessidade de implementar o acordo mediado pelos EUA em 27 de junho. Esse pacto exige que o Congo neutralize a milícia FDLR, enquanto o Ruanda deve retirar as suas forças.

Entretanto, as terras do leste do Congo continuam no centro do conflito. A região é rica em ouro, cobalto, coltan, tungstênio e estanho. A violência persiste, apesar do início dos prazos definidos pelo acordo de paz.

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