Tensão volta a subir entre Washington e Pequim
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu a China sobre possíveis tarifas de até 200% em produtos que entram no mercado norte-americano. A medida seria aplicada caso Pequim não amplie as exportações de ímanes de terras raras.
Trump fez a declaração durante um encontro na Casa Branca com o presidente sul-coreano, Lee Jae-myung. Os ímanes de terras raras são cruciais para a indústria automóvel, electrónica e militar, sendo a China o principal fornecedor mundial.
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Contexto da disputa
No início de Abril, Pequim passou a exigir licenças especiais para exportar terras raras. A decisão foi interpretada como resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos. Essa guerra comercial tem gerado sucessivas rondas de retaliações, com tarifas que já chegaram a 145% de ambos os lados.
Apesar da escalada, os dois governos realizaram várias negociações recentes. Pequim comprometeu-se a acelerar a emissão de licenças para empresas norte-americanas, enquanto Washington concordou em suspender temporariamente alguns aumentos de tarifas.
Trump mostra otimismo, mas avisa
Trump disse acreditar numa melhoria das relações, após conversa telefónica com Xi Jinping, e até deixou em aberto uma visita à China ainda este ano. No entanto, sublinhou que os Estados Unidos possuem “trunfos incríveis” que preferem não usar, para evitar consequências desastrosas para Pequim.
Análise
Na prática, Trump está a usar as terras raras como carta de pressão. Esses minerais são essenciais para baterias, semicondutores e armamento de última geração. Se Washington endurecer as tarifas, pode acelerar uma corrida global por fornecedores alternativos, reduzindo a dependência da China a médio prazo. No curto prazo, porém, qualquer choque nesse mercado terá impacto direto na indústria mundial de alta tecnologia.