O centro de deslocados de Megaruma, em Cabo Delgado, está sobrelotado e sem condições básicas. Famílias que fugiram da guerra enfrentam fome, doenças e incerteza diária.
Algumas mulheres relatam que só receberam comida duas vezes desde a chegada. Nem todas foram contempladas, e muitas recorrem a riscos perigosos para buscar mandioca seca ou ervilhas em zonas de conflito. A falta de panelas e ferramentas agrava a miséria.
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As crianças estudam em salas improvisadas, enquanto jovens e adultos tentam sobreviver sem terras para cultivar e sem projetos que lhes garantam renda. Doenças como malária espalham-se, e a assistência médica é quase inexistente. Uma brigada móvel de saúde esteve presente por poucas semanas e nunca mais regressou.
O líder comunitário denuncia que algumas famílias aguardam meses sem qualquer ajuda. Quatro bombas de água funcionam no local, mas o abastecimento de alimentos e sementes é insuficiente. Muitos pedem apoio para agricultura e construção de abrigos permanentes, em vez de depender apenas de cestas básicas irregulares.
Enquanto isso, ataques insurgentes continuam em vários distritos da província, obrigando mais famílias a fugir e sobrecarregando os centros de acolhimento. A população vive num ciclo de medo, fome e abandono, sem respostas claras do governo.