O partido Nova Democracia (ND) condenou com firmeza a decisão do governo de recorrer a tratores para o transporte público. Para o partido, esta medida representa uma violação da dignidade humana e um sinal de retrocesso civilizacional.
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Crítica à dignidade humana e exposição social
Num comunicado oficial, assinado pelo presidente Salomão Mochenga, a ND afirmou que o governo expôs os moçambicanos à vergonha pública. A nota destaca que os tratores, tradicionalmente usados na agricultura e no saneamento, agora transportam pessoas.
Por isso, o partido considera que as autoridades equiparam os cidadãos a produtos agrícolas ou resíduos sólidos. Para os seus membros, esta situação constitui uma agressão moral grave. Além disso, a ND denuncia que a medida coloca em causa o respeito pelos direitos fundamentais.
Má gestão económica e uso indevido de fundos
Segundo o partido, a aquisição dos tratores representa um desperdício de fundos públicos. Ao invés de investir em soluções dignas, como autocarros urbanos, o governo optou por alternativas improvisadas. Para a ND, esta decisão prova a falta de sensibilidade social.
O comunicado também critica a falência do programa Sustenta. A ND afirma que, enquanto os tratores servem para transporte de pessoas, os agricultores ficaram com enxadas de cabo curto. Por isso, o partido considera que houve desvio de prioridades e incoerência nas políticas públicas.
Retrocesso histórico e propostas da oposição
Historicamente, o partido vê esta decisão como um regresso a tempos de pobreza extrema. Conforme recorda o documento, o país passou dos bombos para os mail-off, até chegar ao ponto mais desonroso: o transporte em tratores. Para a ND, esta regressão é inaceitável.
Como alternativa, a oposição propõe investimentos concretos em estradas, acessos rurais e veículos apropriados. Segundo a ND, tais medidas trariam mais dignidade e eficiência ao transporte público. Além disso, ajudariam na dinamização das economias locais.
Nota editorial: A crítica da Nova Democracia soma-se a um crescente coro de vozes que exigem do governo soluções modernas, humanas e sustentáveis para a crise de mobilidade no país.