Professores de Inhambane exigem pagamento total das horas extras

O anúncio do governo provincial de Inhambane sobre o pagamento de mais de 207 milhões de meticais em horas extras atrasadas trouxe um alívio momentâneo aos mais de 5.100 professores abrangidos. No entanto, a medida rapidamente gerou descontentamento entre os docentes, que contestam o critério usado para calcular os valores a receber.

Segundo os professores, a base de cálculo apresentada não reflete o esforço real despendido. “Temos informações que indicam uma dívida total de 80 mil meticais, mas apenas 20 mil foram validados. Onde estão os 60 mil restantes?”, questionou um dos educadores durante uma reunião de classe.

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As autoridades justificaram a diferença alegando que feriados e fins de semana foram excluídos do cômputo das horas, mas essa explicação foi considerada “inaceitável” por grande parte dos profissionais. “Na contagem de horas extras, não se descontam feriados ou fins de semana. O que conta são as horas efectivamente trabalhadas. Este modelo é injusto”, afirmou outro docente.

Apesar do mal-estar, os professores esperam que o valor remanescente seja pago com brevidade. Muitos alertam que a demora pode aumentar a desmotivação no sector. “O salário de um funcionário é sagrado. Gostaríamos que o pagamento da segunda parcela ocorresse antes do dia 12, pois a espera constante desmotiva e afecta a qualidade do ensino”, lamentou um educador.

O descontentamento levou representantes dos professores a reunir-se com deputados da Assembleia da República que visitaram Inhambane. Durante o encontro, os parlamentares reconheceram a legitimidade das queixas e prometeram pressionar o governo para garantir o pagamento integral.

“Sabemos que o ano de 2022 já foi regularizado, mas ainda há meses de 2023 por liquidar, e o ano de 2024 deve ser incluído neste processo. Acreditamos que o governo irá responder positivamente às nossas expectativas”, referiu um dos porta-vozes dos docentes.

Além das horas extras, os professores pedem também o retorno imediato dos actos administrativos, suspensos devido a restrições financeiras. Segundo eles, essa paralisação tem travado a progressão nas carreiras e aumentado o sentimento de injustiça dentro do sistema educativo.

O caso reacende o debate sobre a valorização dos profissionais da educação e a necessidade de maior transparência na gestão dos recursos públicos destinados ao sector.

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