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Rendição dos Naparamas em Nampula: Grupo de Justiça Popular entrega-se às autoridades

Após semanas de tensão, cerca de 20 membros do grupo naparama entregaram-se na cidade de Nampula. Líder espiritual foi detido dias antes.

Grupo naparama rendido em Nampula
Membros do grupo naparama durante a rendição pacífica em Nampula. (Imagem ilustrativa)

NAMPULA — 28 de Abril de 2025 — Um grupo de aproximadamente 20 membros do movimento naparama, conhecido por patrulhar comunidades com rituais tradicionais contra criminosos, entregou-se ontem às autoridades da província de Nampula, marcando o desfecho de um período de grande tensão social na região.

A rendição ocorreu após a detenção do seu líder espiritual na semana passada, acusado de instigar a violência e promover justiça pelas próprias mãos. Os naparamas, que operavam principalmente em bairros periféricos, afirmam ter agido em resposta ao aumento da criminalidade e à sensação de insegurança entre os moradores.

“Fomos obrigados a agir. As pessoas estavam a ser assaltadas todos os dias, a polícia não chegava, então decidimos proteger o nosso povo”, disse um dos membros rendidos, sob anonimato.

As autoridades, por outro lado, têm alertado que nenhum grupo pode substituir o papel do Estado. Segundo o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, os naparamas serão responsabilizados por eventuais abusos cometidos durante as suas ações. “A justiça popular é inaceitável. Estamos a recolher dados para apurar responsabilidades”, afirmou.

A rendição foi pacífica e intermediada por líderes comunitários e representantes religiosos. O governo provincial já iniciou conversações para desmobilizar por completo o grupo e reintegrar os membros na vida civil.

Contexto histórico

O nome “naparama” remonta aos tempos da guerra civil moçambicana, quando grupos armados com crenças espirituais e trajes tradicionais enfrentavam guerrilheiros e protegiam comunidades. A sua reemergência em 2025 é vista por analistas como reflexo da frustração popular com a criminalidade crescente e a ausência de resposta eficaz do Estado.

Implicações

A situação lança um alerta sobre a segurança pública e o enfraquecimento da confiança da população nas instituições formais. Especialistas sugerem que o governo deve agir rapidamente para restaurar a autoridade do Estado e investir na presença policial nas zonas vulneráveis.

Radar Info MZ — Informação de Confiança.

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