
Maputo – O presidente do partido PODEMOS, Albino Forquilha, revelou, durante a sua participação no programa Visão Política, que o antigo aliado político Venâncio Mondlane promovia manifestações sem qualquer coordenação com a direcção do partido, facto que terá contribuído para o crescente mal-estar interno e, eventualmente, para o rompimento da relação entre ambos.
Manifestações sem coordenação partidária
De acordo com Forquilha, a postura de Mondlane era motivo de desconforto nas estruturas internas, e as manifestações públicas organizadas por ele não seguiam os princípios estabelecidos pela liderança do partido.
“Sempre defendi a soberania e identidade do PODEMOS. A forma como as manifestações estavam a ser conduzidas não refletia os nossos valores nem a nossa linha política”, destacou o presidente do partido.
Tensões acumuladas e ruptura definitiva
Sobre o rompimento político com Venâncio Mondlane, Forquilha revelou que o ambiente entre ambos já era tenso há algum tempo. Houve várias reuniões internas onde se discutiram os métodos de actuação, mas as diferenças tornaram-se irreconciliáveis.
Segundo Forquilha, os discursos e estratégias utilizados por Mondlane durante as manifestações eram alvo de resistência dentro do partido, e a incompatibilidade com a visão da direcção acabou por afastar os dois líderes.
“Desde o rompimento, já não mantemos qualquer contacto”, afirmou Albino Forquilha, deixando claro que o afastamento não foi apenas político, mas também pessoal.
Estratégia e identidade partidária em debate
As declarações de Forquilha evidenciam um debate mais profundo sobre os caminhos estratégicos do PODEMOS e sobre como gerir figuras com grande protagonismo individual dentro de um projecto partidário colectivo.
O caso reacende as discussões em torno da liderança e coesão interna nos partidos emergentes em Moçambique, especialmente num período pré-eleitoral marcado por disputas internas e reconfigurações políticas.