
NAMPULA — Apenas 15% das estradas da província de Nampula, a maior de Moçambique, estão asfaltadas, segundo revelou neste sábado (24) o governador Eduardo Abdula, durante uma comunicação à imprensa. O dirigente alertou para o estado crítico da rede viária local, apontando a necessidade urgente de investimentos estruturais e sustentáveis no sector.
Rede viária em estado crítico compromete o desenvolvimento
“As nossas estradas estão em péssimas condições e precisamos de grandes investimentos. Sabemos que não é possível melhorar todas elas, mas vamos tentar minimizar a situação da maioria”, afirmou Abdula, citado pela agência Lusa.
Segundo o governador, Nampula conta com cerca de 6.500 quilómetros de estradas, dos quais apenas 15% se encontram asfaltados. Esta realidade compromete significativamente a mobilidade da população e o escoamento da produção, afetando diretamente o desenvolvimento económico da região.
Plano de requalificação para quatro anos
O executivo provincial está empenhado em reverter esse cenário, tendo iniciado acções para mobilizar fundos junto de parceiros e do Governo Central. A prioridade, segundo Abdula, será abandonar as intervenções temporárias, como o tapamento recorrente de buracos, e avançar para soluções de requalificação estrutural e duradoura.
“O que discuto com os parceiros é o seguinte: ajudem-nos a construir estradas resilientes. Não nos obriguem a pedir todos os anos esmolas para tapar buracos. Não queremos mais estradas de ‘matope’, que desaparecem com as chuvas”, declarou o governador.
O plano de asfaltagem e melhoria da rede rodoviária será implementado ao longo do actual ciclo de governação, com meta de alcançar a maioria das vias até 2029, conforme metas estabelecidas pelas autoridades provinciais.
Impacto direto nas comunidades
Com estradas em mau estado, muitas comunidades permanecem isoladas, enfrentando dificuldades para aceder a serviços básicos, como saúde e educação, bem como aos mercados para comercialização da produção agrícola. A expectativa é que, com a requalificação da rede viária, esses entraves sejam reduzidos, promovendo inclusão e crescimento sustentável.