
Maputo – O presidente do partido PODEMOS, Albino Forquilha, revelou no programa Visão Política que, após a queda da Coligação Aliança Democrática (CAD), considerou estratégico estabelecer um acordo político com Venâncio Mondlane. O entendimento, segundo o líder partidário, previa a partilha de responsabilidades caso a formação saísse vitoriosa nas eleições.
Entendimento exclusivo com Mondlane
Forquilha afirmou que o acordo foi celebrado unicamente com Mondlane, sem envolver formalmente a sua equipa política. A proposta visava unir forças após a dissolução da CAD e consolidar uma frente política com maior capacidade eleitoral.
“Entendi que era importante dialogar directamente com Venâncio Mondlane. O objectivo era garantir estabilidade e coesão para enfrentar os desafios eleitorais pós-CAD”, destacou.
Divisão de poder no pós-eleições
De acordo com Forquilha, caso o PODEMOS tivesse vencido as eleições, o acordo previa que Mondlane teria o direito de indicar 50% dos membros do futuro elenco governativo, numa lógica de partilha equitativa do poder.
A revelação lança uma nova luz sobre a relação entre os dois líderes e sugere que, apesar do rompimento posterior, houve inicialmente um entendimento político baseado em confiança bilateral e expectativas de governação conjunta.
Ruptura e consequências
No entanto, conforme já havia revelado em declarações anteriores no mesmo programa, as manifestações organizadas por Mondlane sem coordenação com o partido e as divergências estratégicas tornaram insustentável a continuidade da parceria.
Forquilha reafirmou que não mantém qualquer contacto com Mondlane desde a ruptura e que o partido segue com a sua linha programática, focado na consolidação interna e no alargamento da sua base de apoio.
Um retrato das fragilidades das alianças políticas
O caso expõe as complexidades das alianças eleitorais em Moçambique, onde entendimentos pessoais e falta de institucionalização dos acordos muitas vezes resultam em rupturas abruptas. Também revela os limites da confiança política quando não há mecanismos claros de articulação entre lideranças e equipas partidárias.