Garimpeiros ilegais vandalizam e saqueiam estabelecimentos comerciais em Iuluti, Mogovolas

Mogovolas, Nampula – Cerca de 300 garimpeiros artesanais envolvidos em atividades ilegais numa mina de turmalinas localizada no distrito de Mogovolas desencadearam uma onda de violência no Posto Administrativo de Iuluti. Em retaliação a uma operação policial de desocupação da área, os invasores vandalizaram e pilharam pelo menos 12 estabelecimentos comerciais, a maioria pertencente a cidadãos estrangeiros.
Contexto da operação e reação dos garimpeiros
De acordo com o administrador do distrito, Emmanuel Impissa, os confrontos tiveram origem na intervenção da polícia para expulsar os garimpeiros ilegais, que haviam invadido uma mina legalmente explorada por um investidor autorizado. A ação visava restaurar a ordem e assegurar o cumprimento das leis que regulam a atividade mineral na região.
“De facto, tivemos esta situação em que cerca de 300 garimpeiros ilegais vandalizaram lojas de nossos concidadãos estrangeiros na zona comercial de Iuluti, pilhando e causando enormes prejuízos”, declarou Impissa, em entrevista ao jornal Rigor.
Consequências imediatas e ações das autoridades
Apesar da gravidade dos acontecimentos, o administrador confirmou que não houve registo de feridos durante os episódios de vandalismo. Entretanto, quatro indivíduos foram detidos e permanecem sob custódia policial enquanto as investigações prosseguem para identificar outros envolvidos.
“Não tivemos registo de feridos, mas quatro cidadãos foram detidos no âmbito das investigações. As autoridades continuam a trabalhar para identificar outros envolvidos”, afirmou Impissa.
Alvos dos ataques e impactos locais
Impissa esclareceu que as infraestruturas públicas, incluindo escolas, hospitais e edifícios administrativos, foram poupadas dos ataques, que se concentraram exclusivamente em estabelecimentos comerciais ligados à atividade de mineração e ao comércio de bens essenciais.
“Não houve vandalização de bens públicos como a Secretaria do Posto ou escolas. Os visados foram essencialmente estabelecimentos comerciais e lojas pertencentes a cidadãos envolvidos na mineração”, enfatizou o administrador, que condenou os atos como um retrocesso significativo para o desenvolvimento da vila.
Impacto socioeconômico e medidas preventivas
O episódio alarmou as autoridades locais devido às potenciais consequências econômicas negativas, com o risco de agravamento do custo de vida pela escassez de produtos de primeira necessidade nas zonas afetadas. A destruição dos estabelecimentos compromete o abastecimento e a estabilidade econômica da comunidade.
As forças policiais e administrativas mantêm-se mobilizadas no terreno para reforçar a segurança, tranquilizar a população e evitar a eclosão de novos focos de instabilidade.
“Estamos empenhados em restabelecer a ordem e promover o diálogo com as comunidades, a fim de prevenir episódios semelhantes no futuro e assegurar a convivência pacífica e o desenvolvimento sustentável em Mogovolas”, concluiu o administrador.
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