
Marcos “Tuta”, apontado como novo chefe do crime organizado brasileiro, atuava como técnico no consulado de Moçambique no Brasil
O Governo de Moçambique enfrenta fortes críticas após a detenção de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, um dos líderes mais procurados do Primeiro Comando da Capital (PCC), que trabalhava como técnico no consulado moçambicano em Belo Horizonte, Brasil.
Tuta foi preso na sexta-feira (16) na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, enquanto tentava renovar a sua Cédula de Identidade de Estrangeiro utilizando um nome falso. A prisão foi efetuada com o apoio da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen, e confirmada pela Polícia Federal brasileira.
Procurado internacionalmente pela Interpol, o líder do PCC é acusado de falsidade ideológica e segue detido na Bolívia, aguardando procedimentos legais que poderão culminar na sua extradição para o Brasil. A presença de Tuta num cargo consular moçambicano levanta sérias questões sobre os mecanismos de recrutamento e controlo do Governo.
Repercussão e exigência de explicações públicas
A revelação da sua contratação em um cargo diplomático moçambicano causou perplexidade entre analistas e cidadãos. A opinião pública exige explicações formais do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, bem como uma auditoria aos processos de nomeações em missões diplomáticas.
Até ao momento, o Governo de Moçambique não emitiu um comunicado oficial sobre como um indivíduo com ficha criminal internacional conseguiu infiltrar-se no corpo técnico do consulado. A situação ameaça deteriorar a imagem do país junto da comunidade internacional.
Observadores alertam que o caso poderá ter repercussões diplomáticas e legais mais amplas, pressionando Moçambique a reforçar os seus mecanismos de verificação de antecedentes e transparência institucional nas nomeações externas.