
Matola, Moçambique – O Hospital Provincial da Matola (HPM) veio a público esta segunda-feira desmentir as acusações de que teria retido um recém-nascido em troca do pagamento de oito litros de sangue, supostamente utilizados durante o parto da mãe da criança.
Direção do Hospital Reage com Promessa de Esclarecimento
Em declarações prestadas à Tv Sucesso, uma representante da unidade hospitalar garantiu que “não existe qualquer política de cobrança pelo sangue fornecido aos doentes” e que as denúncias feitas por familiares da paciente são “graves e merecem apuração urgente”.
“Se de facto houve alguma conduta irregular, o hospital irá investigar internamente e agir em conformidade. Contudo, reiteramos que o recém-nascido referido não está retido por questões financeiras, mas sim devido a cuidados médicos exigidos pelo seu estado de saúde”, afirmou a fonte.
Mãe da Criança Alega Ter Sido Coagida a Pagar Sangue
A mãe da criança, que preferiu manter o anonimato, afirma que foi informada de que só poderia levar o bebê para casa depois de providenciar os oito litros de sangue consumidos no processo de parto. Familiares relatam que a situação gerou angústia e indignação, tendo motivado a denúncia pública do caso.
“Não é justo tratar assim uma mãe que acabou de dar à luz. Se é um hospital público, o sangue devia ser fornecido gratuitamente”, comentou um parente, revoltado com o ocorrido.
Ministério da Saúde Instado a Intervir
O caso gerou reações imediatas nas redes sociais e em grupos da sociedade civil, que exigem um esclarecimento formal por parte do Ministério da Saúde e a definição de medidas claras para evitar práticas semelhantes em outras unidades sanitárias do país.
“Não se pode tolerar que vidas humanas, principalmente de recém-nascidos, sejam usadas como moeda de pressão. Isso fere os direitos fundamentais e compromete o acesso humanizado à saúde”, declarou um ativista local.
Apelo à Denúncia de Práticas Irregulares
A direção do Hospital da Matola apelou aos utentes para denunciarem qualquer prática abusiva ou tentativa de extorsão envolvendo serviços médicos. “O nosso hospital está comprometido com a transparência e o bem-estar dos utentes. Casos como este, se confirmados, serão tratados com firmeza”, garantiu a porta-voz.
Enquanto se aguarda por resultados da investigação interna, o caso continua a levantar debates sobre a gestão de recursos em hospitais públicos e a necessidade de maior fiscalização sobre o comportamento de agentes de saúde, principalmente em contextos vulneráveis como o da maternidade.