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Irmão de Killua Rafael detido por liderar rede criminosa em Zimpeto

Denúncias de Unay Cambuma voltam à tona após meses de silêncio

MAPUTO — O irmão do cantor moçambicano Killua Rafael foi detido nesta segunda-feira, acusado de liderar uma perigosa rede criminosa que operava intensamente na zona de Zimpeto, em Maputo. A detenção lança nova luz sobre as graves denúncias previamente feitas pelo ativista e comunicador Unay Cambuma no seu programa “Satélite Em Actualização”.

De acordo com os relatos anteriormente divulgados por Cambuma, o agora detido exercia um papel central na estrutura do grupo, agindo como elo entre operadores do sistema financeiro informal e criminosos altamente organizados. O esquema envolvia monitoramento de agentes do M-Pesa, vazamento de informações sensíveis e ações violentas que iam desde perseguições a sequestros, agressões e até homicídios.

Este grupo era mais do que delinquência comum — operava com armas de fogo, incluindo uma suposta AK-47 pertencente à própria polícia”, afirmava Cambuma na altura da denúncia.

Comunidade refém do medo e silêncio oficial

Moradores da área de Zimpeto vinham denunciando uma crescente onda de criminalidade, mas poucas ações concretas foram tomadas pelas autoridades. Um dos episódios mais chocantes ocorreu quando um agente financeiro foi brutalmente atacado com arma branca e posteriormente alvejado com disparos, tendo sofrido ferimentos graves.

Segundo relatos partilhados à imprensa, o dinheiro roubado durante a ação criminosa foi posteriormente gasto em festas realizadas na residência de Killua Rafael, o que gerou indignação e sensação de impunidade entre os residentes locais.

Apesar de um abrandamento temporário nas ações do grupo após a morte de um dos seus membros em confronto com a polícia, a população continuava a viver sob tensão, exigindo uma intervenção firme das autoridades.

Reacende-se o debate sobre segurança e liberdade de imprensa

A prisão do irmão de Killua Rafael valida as denúncias de Unay Cambuma, cuja veracidade foi por vezes colocada em causa. O comunicador, conhecido por sua postura frontal, havia sido alvo de represálias e ameaças após revelar os detalhes da operação criminosa em seu programa.

Desde então, Cambuma mantém-se em silêncio, o que tem gerado preocupações sobre sua segurança pessoal e sobre os limites da liberdade de expressão em Moçambique.

A detenção reacende o debate em torno do papel do jornalismo investigativo e da urgência de reformas nas forças de segurança, frequentemente acusadas de negligência ou até conivência com redes criminosas.

Radar Info Mz | Reportagem especial publicada a 13 de Maio de 2025

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