
Escola Básica transformada em centro de acolhimento; apelo por ajuda humanitária urgente
Os recorrentes ataques de grupos armados no distrito de Mecula, província do Niassa, provocaram a fuga de mais de 1.500 pessoas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). As localidades de Mbamba e Macalange figuram entre as mais afectadas.
Como resultado da insegurança crescente, os residentes procuraram refúgio na sede distrital de Mecula, onde foi ativada uma resposta de emergência. O Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas designou a Escola Básica 16 de Junho como centro de trânsito temporário para acolher parte dos deslocados.
Acolhimento e números da crise
De acordo com os dados mais recentes:
- 119 famílias (458 pessoas) estão abrigadas na Escola Básica;
- 286 famílias (1.079 pessoas) foram acolhidas por familiares e membros da comunidade local.
Necessidades humanitárias críticas
As necessidades mais urgentes identificadas pelas agências no terreno incluem:
- Artigos não alimentares (colchões, cobertores, utensílios);
- Assistência alimentar imediata;
- Suporte psicossocial para crianças e adultos traumatizados;
- Tendas familiares e materiais para abrigo;
- Kits de dignidade e higiene, com destaque para saneamento básico adequado.
A situação dos deslocados em Mecula reflecte um quadro mais amplo de instabilidade armada no norte de Moçambique. Desde Janeiro de 2025, mais de 24.000 pessoas foram deslocadas em Cabo Delgado, devido a sucessivas incursões de grupos insurgentes em zonas civis.
Monitoramento e resposta internacional
Organizações humanitárias continuam a monitorar a situação em tempo real, alertando para o risco de agravamento da crise humanitária se não forem mobilizados recursos adicionais de forma urgente. A OIM e parceiros no terreno apelam a uma resposta coordenada entre o governo, agências internacionais e a sociedade civil.
Especialistas alertam que a continuidade da violência em Niassa e Cabo Delgado poderá comprometer os esforços de reconstrução, dificultar o regresso seguro das populações deslocadas e agravar a pressão sobre infraestruturas sociais locais já limitadas.