Manuel de Araújo Criticado nas Redes Após Participar na Cerimónia da Chama da Unidade

Ao erguer a Tocha, o edil de Quelimane declarou: “Não pode haver filhos da primeira nem da segunda”

[QUELIMANE – 12 de Maio] — O presidente do município de Quelimane, Manuel de Araújo, está no centro de um intenso debate público após sua participação simbólica na cerimónia da Chama da Unidade Nacional, realizada durante o evento Moçambique em Concerto.

“Não pode haver filhos da primeira nem da segunda”

Durante o evento, Araújo segurou a Tocha da Unidade perante uma plateia numerosa, e declarou: “Não pode haver filhos da primeira e nem da segunda”. Um gesto breve, mas carregado de simbolismo nacional, que eleva a discussão sobre o papel dos líderes políticos no reforço da coesão social.

Para muitos, o momento marcou a imagem de um estadista que separa os símbolos nacionais das agendas partidárias. Para outros, tratou-se de um ato de contradição política.

Redes sociais divididas: “Araújo me decepcionou”

A reacção nas redes sociais foi imediata. Críticos apontam incoerência entre a postura habitual do edil — frequentemente crítico ao governo central — e a sua associação a um evento que muitos consideram uma “estratégia de propaganda”.

“Ontem criticavam os 30 milhões para levar a chama pelo país, hoje estão aí a promovê-la”, comentou um utilizador. Outro escreveu: “Diziam que a verdadeira unidade nacional não se faz com uma chama simbólica… Araújo me decepcionou.”

Entre o símbolo e a crítica: Araújo caminha na corda bamba

O momento expôs as tensões entre a necessidade de cultivar símbolos de unidade nacional e a desconfiança generalizada sobre o uso desses símbolos em contextos eleitorais e propagandísticos.

Ainda assim, Araújo não usou o espaço para confronto político direto. Em vez disso, apelou à paz verdadeira, com justiça social e inclusão: “A paz não é ausência de guerra, é justiça e diálogo permanente.”

Para analistas, o gesto pode fortalecer a imagem de Manuel de Araújo como um político com cultura de Estado, mesmo que isso custe capital político entre seus apoiantes mais radicais. No entanto, a linha entre estadismo e rendição simbólica continua ténue em tempos de profunda polarização.