
N4 Estrada da Morte. Quantas Vidas mais
Matola, Moçambique – A indignação cresce na zona da Tricamo, ao longo da autoestrada N4, onde tragédias diárias ceifam vidas inocentes. Moradores relatam um cenário de guerra: atropelamentos constantes de crianças, mulheres, pais, jovens e trabalhadores, todos tentando atravessar uma via sem qualquer infraestrutura de proteção para pedestres.
“Não há faixas de pedestres. Não há sinalizações. Não há passagens aéreas. Não há proteção alguma para quem anda a pé.”
Estrada ou Campo de Morte?
A N4 transformou-se num verdadeiro campo de morte. As pessoas arriscam a vida entre centenas de caminhões e veículos pesados, apenas para chegar ao trabalho, à escola ou regressar a casa. Hoje, mais uma jovem da comunidade foi atropelada mortalmente, engrossando uma lista de vítimas que cresce a cada semana.
“Estamos a perder vidas por falta de medidas básicas. Corremos para não perder o trabalho, mas acabamos por perder a vida.”, desabafa um morador.
Denúncias Contra a Polícia de Trânsito
Moradores acusam a polícia de trânsito de inoperância e corrupção. Segundo os relatos, os agentes apenas aparecem para extorquir condutores, estacionando nas avenidas sem qualquer interesse em organizar o tráfego ou proteger os pedestres.
“Eles estão presentes, mas não atuam. Cobram motas e maíndras, mas não fazem nada para melhorar a segurança. São cúmplices pela omissão.”
TRAC Acusada de Priorizar Portagens em Detrimento da Vida
A concessionária TRAC, responsável pela gestão da N4, também está na mira dos protestos. A empresa é acusada de priorizar a fluidez do tráfego e a cobrança de portagens, sem realizar investimentos básicos em segurança rodoviária para pedestres.
“Retiram os corpos para o tráfego seguir, mas não colocam uma faixa de pedestre sequer”, denuncia um residente.
Exigências da Comunidade
O apelo é claro e urgente. A população da Matola exige:
- Faixas de pedestres já!
- Sinalizações adequadas já!
- Passagens aéreas para travessia segura já!
- Lombas para reduzir velocidade já!
- Polícia de trânsito a servir o povo, não a extorquir!
- Redução do tráfego pesado nas horas de maior movimento pedonal!
O Município de Maputo permanece em silêncio. E o Presidente Daniel Chapo, questionam os moradores, “onde está a sua voz agora? Onde estão as promessas?”
“Chega de enterrar os nossos. Chega de silêncio. O povo está atento. O povo exige respeito. O povo no poder!”