
Tréguas comerciais reduzem procura por activo-refúgio
O preço do ouro está a corrigir ligeiramente dos máximos de duas semanas nesta manhã de segunda-feira (26), numa altura em que uma trégua temporária entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União Europeia (UE) está a reduzir o prémio de risco associado ao metal precioso.
Após uma conversa com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, o Presidente norte-americano Donald Trump decidiu adiar a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos europeus até ao próximo dia 9 de Julho, o que contribuiu para o arrefecimento da procura por ouro como activo-refúgio.
Ouro desvaloriza 0,69%, mas mantém ganhos acumulados
Nesta sessão, o metal amarelo regista uma desvalorização de 0,69%, sendo negociado a 3.334,36 dólares por onça, após ter encerrado a semana anterior com uma valorização de 2%.
Segundo analistas, o arrefecimento das tensões geopolíticas resultou num movimento de retirada por parte dos investidores, que haviam aumentado a exposição ao ouro face ao risco comercial e cambial.
Analistas apontam para tendência de alta no longo prazo
“Há um sentimento de alívio no mercado depois da pausa nas tarifas contra a UE, o que está a enfraquecer a exposição dos investidores ao ouro”, explicou Kyle Rodda, analista da Capital.com, em entrevista à agência Reuters.
No entanto, Rodda alerta que a tendência de valorização do ouro permanece intacta, principalmente num cenário de fuga aos activos norte-americanos e maior aversão ao risco global.
A procura por ouro cresce entre bancos centrais
Desde o início do ano, o ouro já valorizou mais de 40%, impulsionado pelos receios de uma recessão global e pela instabilidade causada pela guerra comercial dos EUA. O movimento também reflecte uma crescente corrida ao ouro por parte de bancos centrais, que estão a diversificar as suas reservas e a reduzir a exposição ao dólar norte-americano.
Este fenómeno reforça o estatuto do ouro como activo estratégico de longo prazo, num ambiente económico cada vez mais volátil e incerto.