
No âmbito das celebrações do Dia de África, assinalado a 25 de maio, o Presidente em exercício da União Africana (UA) dirigiu-se aos povos do continente com uma mensagem de homenagem, reflexão e compromisso. A comunicação, divulgada pelo Jornal de Angola, realçou a importância de preservar a memória dos líderes históricos da unidade africana, como Kwame Nkrumah, Haile Selassie, Amílcar Cabral e Agostinho Neto.
Unidade africana: um legado e um objetivo
Mais do que uma efeméride, o Presidente da UA apelou à renovação do empenho coletivo na construção de uma África forte, unida e soberana, capaz de definir o seu destino e afirmar-se no cenário internacional. Inspirando-se nos princípios que orientaram a criação da Organização da Unidade Africana (OUA) em 1963, o discurso reiterou valores essenciais como a cooperação, paz e integração regional.
Desafios persistem, mas esperança prevalece
O líder da UA reconheceu os inúmeros desafios enfrentados pelo continente, entre os quais se destacam conflitos armados, instabilidade política, terrorismo, desigualdades sociais e os efeitos das alterações climáticas. Sublinhou, no entanto, a necessidade de uma resposta coordenada e sustentada, assente em instituições fortes e vontade política.
Problemas estruturais como o desemprego juvenil, a fraca industrialização e o débito em infraestruturas foram identificados como barreiras que devem ser superadas com investimentos estratégicos em tecnologias digitais, agricultura sustentável e energias renováveis.
Integração continental e justiça histórica
O Presidente da UA anunciou também novas iniciativas no âmbito da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), destacando a ambição de África se tornar um agente ativo no comércio global. Entre os projetos em preparação, está a realização de uma grande conferência sobre infraestruturas, com vista a reforçar a base material do desenvolvimento africano.
Em consonância com o lema da União Africana para 2024 — “Justiça para os Africanos e Afrodescendentes, através de Reparações” — a mensagem finalizou com um apelo à coesão e à ação conjunta. “Celebrar África é renovar a nossa fé no seu potencial e capacidade de superar adversidades”, declarou o Presidente em exercício, reforçando o compromisso com um futuro de liberdade, prosperidade e unidade continental.
O Dia de África continua a ser um marco de luta, memória e visão, convidando os cidadãos e líderes a projetarem uma nova era para o continente, assente na dignidade, autodeterminação e cooperação entre os povos.