Quatro Anos Depois, Familiares das Vítimas do Acidente de Maluana Ainda Não Receberam Indemnizações

Familiares dos 32 cidadãos que perderam a vida num trágico acidente de viação ocorrido em 3 de maio de 2021, em Maluana, município da Manhiça, província de Maputo, continuam à espera de justiça. Passados quatro anos desde a tragédia, as indemnizações determinadas pelo tribunal ainda não foram pagas pela transportadora Nhancale e pela EMOSE (Empresa Moçambicana de Seguros).

O Caso

O acidente, considerado um dos mais graves registados na região, chocou o país e teve ampla repercussão na opinião pública. Devido à gravidade da situação, o tribunal determinou que a transportadora e a seguradora deviam indemnizar as famílias das vítimas com mais de 33 milhões de meticais. Contudo, até hoje, nenhuma compensação foi efetivamente paga.

Desespero e Dor das Famílias

Os familiares das vítimas manifestam profunda frustração e revolta diante do silêncio das entidades envolvidas. “Desde que aconteceu o acidente não houve nenhuma assistência, nunca nos contactaram. Chegamos à conclusão que por detrás deste caso há pessoas que levaram dinheiro. Isso causa dor”, lamentou um dos familiares em entrevista à imprensa.

A dor da perda mistura-se à sensação de abandono e impunidade. Muitos dos afetados afirmam que, além do sofrimento emocional, enfrentam sérias dificuldades financeiras devido à ausência de apoio institucional e ao não cumprimento da sentença judicial.

Responsabilidades Legais Ignoradas

A EMOSE e a transportadora Nhancale, mesmo diante de uma decisão judicial clara, não cumpriram com a obrigação de indenizar as famílias. O caso expõe falhas no sistema de responsabilização e fiscalização das empresas de transporte e seguros, e levanta questões sobre a eficácia do sistema judicial moçambicano na defesa dos direitos das vítimas.

Clamor por Justiça

Com o passar do tempo, cresce a indignação e o apelo por justiça. Organizações da sociedade civil, advogados e representantes