
Gás lacrimogêneo lançado dentro do veículo e agressões relatadas por testemunhas
Um camionista foi alegadamente agredido por agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), após ter passado sem pagar a tarifa na portagem da Matola Gare. Segundo testemunhas, os agentes seguiram o veículo e lançaram gás lacrimogêneo no interior da cabine, antes de retirar o motorista à força.
O condutor, que não resistiu à inalação do gás, terá perdido os sentidos e, mesmo inconsciente, foi colocado no interior de um carro Mahindra da polícia. Testemunhas no local afirmam que o homem foi alvo de agressões físicas dentro da viatura, num acto classificado como brutal e desproporcional.
Até ao momento, a Polícia ainda não emitiu um comunicado oficial sobre o incidente. Organizações da sociedade civil e defensores dos direitos humanos já começaram a exigir uma investigação independente sobre a conduta da UIR neste caso específico.
Clamor por justiça e responsabilização
O episódio reacende o debate em torno da actuação da UIR, frequentemente criticada por uso excessivo da força. Vários cidadãos nas redes sociais expressaram indignação, exigindo respeito pelos direitos fundamentais e um fim aos abusos por parte das autoridades.
Líderes políticos e deputados da oposição também pronunciaram-se sobre o caso, pedindo esclarecimentos urgentes ao Ministério do Interior e a abertura de um inquérito público. Algumas vozes consideram o acto como mais um exemplo da militarização das forças de segurança em detrimento dos direitos civis.
Vozes da rua: testemunhas criticam acção da UIR
Diversas testemunhas que presenciaram o acto relataram indignação com o comportamento da polícia. “Não se faz isso a um ser humano. Eles parecem querer matar as pessoas”, declarou um dos presentes no local. Outros alertaram que a situação poderia ter terminado em tragédia, especialmente pelo facto de o camionista estar a transportar passageiros.
“Atirar gás dentro de um carro com passageiros é crime. Eles colocaram a vida de todos em risco”, comentou uma senhora visivelmente revoltada. Os cidadãos exigem uma revisão urgente das práticas operacionais da UIR, para evitar que mais vidas sejam colocadas em perigo sob o pretexto de manter a ordem.
A ocorrência levanta sérias preocupações quanto aos limites da acção policial em situações de infração civil. A expectativa é de que o caso não passe impune e que medidas sejam tomadas para garantir que situações semelhantes não voltem a ocorrer.