
Moçambique representado no maior fórum global sobre liberdades
O político moçambicano Venâncio Mondlane participa, entre os dias 26 e 28 de Maio, no Oslo Freedom Forum (OFF), na Noruega — considerado o maior evento mundial dedicado à liberdade, democracia e direitos humanos.
Segundo o portal MozTimes, Mondlane é o primeiro moçambicano a marcar presença neste prestigiado fórum, organizado anualmente desde 2009 pela Human Rights Foundation.
Discurso marcado para terça-feira abordará crise política nacional
Venâncio Mondlane, que foi o segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais de 09 de Outubro de 2024, deverá discursar no OFF na terça-feira, 27 de Maio. O seu pronunciamento focar-se-á na situação política de Moçambique e no seu projecto político alternativo, ANAMALALA.
O Fórum é reconhecido por dar palco a líderes de movimentos sociais, defensores de direitos civis e críticos de regimes autoritários, servindo como espaço de denúncia e mobilização internacional em prol da democracia.
Mondlane e a contestação mais longa da história democrática moçambicana
Mondlane protagonizou a mais expressiva contestação política no período pós-eleitoral do país, após reivindicar vitória nas presidenciais de 2024. As manifestações que liderou duraram cerca de 90 dias, entre finais de Outubro de 2024 e início de Janeiro de 2025.
De acordo com organizações da sociedade civil, mais de 500 cidadãos perderam a vida nesse período, maioritariamente por acções de repressão policial, facto que levantou preocupações internacionais sobre o estado da democracia e dos direitos humanos em Moçambique.
Fórum internacional dá visibilidade ao movimento ANAMALALA
A participação de Mondlane no OFF é vista por analistas como uma legitimação internacional das denúncias de irregularidades eleitorais e do seu novo movimento político. O ANAMALALA, que ainda aguarda aprovação formal como partido político, tem ganho adesão significativa entre a juventude e sectores descontentes com o status quo político.
A sua presença em Oslo coloca Moçambique no radar internacional de debates sobre autoritarismo e transição democrática.