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O crescimento da economia moçambicana não deve ultrapassar 3% em 2025, segundo previsão do economista chefe do Standard Bank Moçambique, Fáusio Mussá. Ele aponta que as pressões fiscais persistentes e a liquidez restrita no mercado cambial limitam o ritmo de expansão.
Para 2026, o crescimento estimado gira em torno de 3,1%, cifra que mal supera o crescimento populacional, refletindo uma ligação ainda fraca entre os projetos de gás natural liquefeito (GNL) e a economia local.
Mussá destaca também uma redução no apoio externo e ressalta que os efeitos positivos do consórcio do GNL durante sua fase de construção são limitados para o país.
As projeções do Standard Bank são mais otimistas que as do Governo, que prevê 2,9% de crescimento para este ano no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado, baseado em setores como indústria extrativa, construção, agricultura e transportes.
Apesar da queda nas taxas de juro e da disponibilidade de fundos para recuperação pós-eleitoral, o crescimento do crédito permanece baixo, com alta modesta de 4,3% em março, segundo Mussá, indicando investimento reduzido.
O relatório do Standard Bank aponta deterioração nas condições operacionais das empresas em maio, com o Purchasing Managers’ Index (PMI) caindo para 49,6, abaixo do nível que indica expansão.
Apesar do PMI sugerir contração na atividade econômica do setor privado, a volatilidade dos indicadores sinaliza falta de dinâmica para uma recuperação consistente após as eleições de 2024.
Para o futuro, o otimismo das empresas desacelerou em maio, com 38% dos entrevistados prevendo crescimento, número inferior ao de abril, e destacando vendas mais fracas como principal motivo para a desaceleração.
O inquérito incluiu setores como agricultura, mineração, manufatura, construção, comércio e serviços, e foi conduzido pela S&P Global com cerca de 400 empresas privadas.