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PGR investiga 31 casos de violência policial relacionados com protestos pós-eleitorais

PGR Moçambique investiga violência policial

Imagem: DR

Autoridades moçambicanas iniciam processos contra agentes por alegados abusos durante manifestações contestando os resultados eleitorais

O Ministério Público da República de Moçambique abriu 31 processos judiciais ligados a intervenções policiais durante os protestos que eclodiram após as eleições gerais de Outubro passado. As manifestações, inicialmente pacíficas, foram convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que denunciou fraudes no processo eleitoral.

Com o passar dos dias, as marchas pacíficas transformaram-se em confrontos marcados por actos de vandalismo e repressão violenta por parte das autoridades. Segundo a organização moçambicana “Plataforma Electoral Decide”, pelo menos 400 civis foram mortos e mais de 600 ficaram feridos por disparos da polícia ao longo de cinco meses de contestação.

“A Procuradoria não afirma que há 31 agentes formalmente acusados, mas sim que há 31 casos que envolvem acções de polícias durante os protestos,” explicou Beatriz Jonas, procuradora moçambicana.

Durante o 1.º Fórum Nacional de Direitos Humanos, realizado em Maputo, Jonas reforçou que o objectivo é responsabilizar tanto os autores materiais quanto os intelectuais dos actos de violência cometidos nas ruas.

A procuradora também se referiu aos desafios enfrentados em Cabo Delgado, onde ataques armados têm afectado gravemente comunidades vulneráveis. Mulheres e crianças continuam a ser as maiores vítimas, sujeitas a violência extrema, sequestros, tráfico humano e exploração sexual.

Jonas destacou ainda que essas violações ocorrem num cenário agravado por fenómenos climáticos extremos, como ciclones e inundações, que exigem abordagens estratégicas e sensíveis ao contexto social.

“Estes fenómenos afectam as pessoas de forma desigual. O sistema judicial enfrenta o desafio de provar essas violações em tribunal, considerando o género, idade e condição social das vítimas,” alertou.

Segundo Wilker Dias, líder da “Plataforma Electoral Decide”, o ex-Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael, será interrogado na próxima segunda-feira como parte de um processo criminal em curso. A mesma queixa inclui ainda o antigo Ministro do Interior, Pascoal Ronda, ambos acusados de cumplicidade em actos de repressão violenta contra manifestantes.

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