
Imagem: Reprodução TTV
Participantes do programa interativo da TTV não pouparam críticas à atuação do político ligado ao partido no poder
Durante uma emissão interativa da TTV, um representante da Frelimo foi alvo de duras críticas por parte dos telespectadores, que participaram ao vivo para expressar a sua indignação. A sessão, que deveria promover o diálogo com o público, acabou por expor um clima de profunda insatisfação popular.
Um dos participantes denunciou o alegado uso indevido de bens públicos pelo convidado, acusando-o de explorar os recursos do Estado em benefício próprio. “Transformou o que é do povo em propriedade pessoal. Usa viaturas estatais tanto para campanhas políticas quanto para fins privados”, disse um telespectador visivelmente revoltado.
As queixas também recaíram sobre o estado precário do sistema educativo, com críticas ao nível de formação dos docentes. “Estamos a ser ensinados por professores que mal conseguem ler. Como vão preparar as futuras gerações?”, questionou.
Outro cidadão foi ainda mais direto ao criticar o comportamento do político. “Ele vive no luxo, com ar-condicionado e conforto, enquanto a população luta todos os dias. Não pensa nos filhos nem nos netos, que herdarão um país em ruínas”, lamentou.
O momento mais tenso ocorreu com a última participação, de uma telespectadora anónima que ligou a partir de Nampula. Apesar dos apelos do apresentador por respeito e civilidade, a ouvinte utilizou expressões ofensivas para se referir ao convidado em estúdio.
“Estamos a pedir aqui em Nampula para que esse senhor não seja mais convidado. Não queremos ver esse indivíduo novamente na televisão”, afirmou. Ao tentar corrigir a linguagem da participante, o apresentador foi surpreendido com uma resposta ainda mais agressiva.
Apesar dos esforços do apresentador para conter os ânimos, o episódio revelou uma crescente frustração popular, que muitas vezes se traduz em reações emocionais durante transmissões ao vivo. A situação levantou novamente o debate sobre a forma como figuras políticas devem interagir com a população e a responsabilidade dos meios de comunicação na mediação dessas conversas.